Jose Perez Palma, ex-gerente de um banco de crédito do governo, está ajudando microindustriais pobres a se organizarem para desempenhar um papel maior e mais competitivo na economia mexicana. Ele começou com produtores de cerâmica no estado de Morelos.
José, contador de profissão, teve sucesso como empresário. Ele fundou sua própria fábrica de pincéis, que exportou com sucesso para os Estados Unidos, e a vendeu três anos depois para outra empresa. José também traz para sua nova função a experiência de organizador cidadão e banqueiro. Como diretor da Cruz Vermelha no estado de Morelos, José liderou uma campanha de arrecadação de fundos para criar a primeira unidade de terapia intensiva de Cuernavaca. Depois disso, ele passou 12 anos como gerente do NAFINSA, o banco de desenvolvimento nacional responsável por fornecer crédito para o desenvolvimento industrial do México. Essa experiência não apenas lhe ensinou as habilidades dos banqueiros, mas também o tornou bastante consciente da incapacidade dos bancos de atender aos pequenos produtores do país. Natural da Cidade do México, José mora em Cuernavaca, Morelos, há 20 anos. Sua preocupação genuína e ampla compreensão dos problemas econômicos do México e de suas causas estruturais finalmente o levaram a lançar esta nova fase de sua vida, dando início ao Sindicato dos Produtores de Olaria de Morelos.
Jose vê o micro-negócio como um aspecto subdesenvolvido, mas potencialmente importante da economia do México. Ele atribui o seu subdesenvolvimento a um paradoxo: aqueles que mais precisam de aconselhamento e serviços & # 150; famílias pobres e microempresas & # 150; são os que menos podem pagar por isso. Feridos pela falta de acesso a crédito e informações, e por outras ineficiências em seu planejamento, pesquisa, produção e comercialização, esses pequenos produtores lutam para se manter à tona. Jose está desenvolvendo um novo modelo que quebra esse ciclo frustrante. Primeiro, ele formou um sindicato de mais de 4.000 produtores de cerâmica no estado de Morelos. José e o sindicato, então, fornecem aos ceramistas treinamento econômico especializado, que vai do controle da produção à tributação e uma série de vantagens econômicas de escala desfrutadas por empresas maiores, como compra a granel, maior alavancagem de crédito e melhores oportunidades de exportação. O sindicato se sustenta com taxas de adesão, custos que são mais do que compensados por custos de material reduzidos e vendas mais altas para os membros. Jose agora quer aplicar este modelo a outras microempresas em todo o México.
Os bancos de desenvolvimento e instituições de crédito no México que tentam apoiar pequenas empresas tendem a ignorar um segmento vasto, mas economicamente fraco, desse grupo - as microempresas. Os microindustriais geralmente não podem levantar individualmente a garantia que os bancos convencionais buscam ou apresentar seus casos de maneira suficientemente boa para inspirar a confiança dos bancos. As micro-indústrias parecem mais difíceis de entender e mais arriscadas para os banqueiros do que unidades maiores, ou seja, exigem mais tempo (caro) dos banqueiros, mas, em última análise, produzem apenas negócios minúsculos que não podem compensar esses custos. Essas barreiras institucionais e econômicas são frequentemente aumentadas pela falta de compreensão e comunicação entre as classes. Obter acesso competitivo ao crédito não é o único problema que uma pequena empresa familiar deve enfrentar. Essas empresas não têm ninguém livre para pesquisar as tecnologias em rápida mudança que podem mudar sua economia - ou a de seus concorrentes. Eles certamente não podem fazer suas próprias pesquisas. Nem têm acesso fácil e barato a informações sobre outras mudanças que podem estar ocorrendo em seus mercados. Sua desvantagem competitiva não se limita à informação e tecnologia. É difícil para as massas de pequenos produtores obterem poder de compra ou de mercado e, como a maioria não é formalmente constituída como empresa, não podem participar de muitos programas de crédito e outros programas de apoio do governo. Essa falta de definição legal também levanta uma série de outros perigos possíveis, que vão desde demandas de suborno até responsabilidade pessoal.
De sua perspectiva como gerente de crédito, José viu que microindustriais como os oleiros precisavam se organizar para promover seus interesses mútuos. Em vez de se verem como concorrentes, eles precisavam se ver como um nicho especial no mercado de consumo que precisava de promoção e melhor organização. Para catalisar esse processo, José criou um programa de treinamento gratuito para representantes de 20 empresas de cerâmica em Morelos, muitas das quais ele conhecia desde seus dias de gestão. Esses seminários semanais, alguns liderados por amigos profissionais de José, não apenas forneciam informações úteis sobre itens como impostos e crédito, mas também iluminavam as vantagens de transformar o fórum educacional em uma organização. Os representantes viram os benefícios de um futuro comum e fundaram o Sindicato dos Produtores de Olaria no estado de Morelos. O sindicato se expandiu rapidamente e agora atende muitas das necessidades do oleiro comercial, tais como: novas tecnologias e suporte técnico, compra comum de matérias-primas, negociação de crédito, comercialização para exportação, criação de pontos de venda de produtos, contabilidade e apoio jurídico, serviços de referência de emprego e treinamento. O sindicato elege um órgão executivo de decisão que administra e desenvolve o sindicato. José insiste em não se associar, sentindo que os produtores devem exercer controle total sobre seu futuro. José também deseja permanecer independente para que possa desempenhar o papel de catalisador no auxílio ao surgimento de outras organizações microindustriais no México.